Uma pesquisa da SocialBase com empresas brasileiras de pequeno, médio e grande portes revelou quais são as principais tendências de comunicação interna para este e os próximos anos.
No geral, empresas de todos os portes reconhecem a importância da liderança como um canal de comunicação. O gestor foi identificado como o principal canal para as ações de comunicação interna.
Empresas de grande e médio portes, principalmente, mostram que ainda pretendem manter canais tradicionais como e-mail, mural impresso e intranet, enquanto as pequenas empresas vão na direção contrária e seguem a tendência de digital workplace, destacando a adesão de newsletters/revistas digitais (27%) e redes sociais corporativas (22%) – canais que permitam uma maior interação e agilidade na troca de informações.
Outro ponto interessante da pesquisa é que, no geral, a maioria dos profissionais de comunicação entrevistados respondeu que o orçamento para comunicação interna em 2017 deve ser maior em relação ao do ano anterior.
Isso pode ser um indicativo de que a área tem sido mais valorizada pelas organizações. A pesquisa não traz em profundidade as razões deste fenômeno, mas podemos conjecturar. Será a possibilidade de maior exposição das empresas por seus funcionários nas redes sociais? Será fruto de medidas impopulares internas a partir da crise econômica? Isso nos deixou curiosos por aqui.
Ao todo, mais de 200 empresas participaram da pesquisa, sendo 41% dos entrevistados funcionários dos departamentos de comunicação de organizações de grande porte. A pesquisa foi respondida predominantemente por gerentes e analistas nas médias e grandes empresas.
Outro dado interessante é encontrado ainda no início da pesquisa quando os entrevistados são perguntados sobre a área a qual está vinculado o processo de comunicação interna na empresa: 51% responderam que seria no RH (Recursos Humanos); Assessoria de Comunicação e Marketing se dividem ocupando o segundo local.
Mas, será que comunicação interna é uma atribuição do RH? Esta área faz parte do tripé clássico da Comunicação Organizacional e precisa ser desempenhada por profissionais de comunicação qualificados e integrados, sim, ao RH, mas não deve ser uma atribuição deste setor.
Vamos aos dados?
Principais canais de comunicação
A pesquisa da SocialBase aponta que a ampliação do investimento em canais face a face são tendência em todos os portes pesquisados.
Nas pequenas empresas, o aumento da comunicação face a face é a principal tendência, visto que gestor imediato (45%), colegas multiplicadores (42%) e alta liderança (36%) estão entre as iniciativas mais intensificadas em 2017; as médias empresas seguem a tendência, e na sequência das intensificações dos canais vêm intranet (45%), e-mail e rede social corporativa (33%).
Nas grandes, o face a face também ganhará relevância em 2017 e essa abordagem será intensificada na comunicação por gestor imediato (62%), alta liderança (59%) e colegas multiplicadores (58%). Neste público, a intranet também será bastante fortalecida (62%). Ainda merecem destaque a rede social corporativa (39%) e a newsletter/revista digital (37%).
Campanhas de Comunicação Interna para 2017
Nas grandes empresas, a tendência é utilizar canais de comunicação interna (99%) e liderança (81%) como forma de divulgar as campanhas. O destaque é em relação ao investimento que deve ser feito ao longo de 2017: quanto maior a empresa, maior a dúvida sobre o orçamento: 23% não sabem se ele será aumentado ou reduzido.
Para 95% dos participantes das médias empresas, os canais de comunicação interna serão a principal mídia para divulgação das campanhas, seguida dos gestores (82%), com seu papel de liderança comunicadora. Nas pequenas empresas, as campanhas terão os canais de comunicação interna (90%) e a liderança (69%) como principais aliados de divulgação.
Eventos internos: pequenas e médias irão investir mais
De maneira geral, as pequenas, médias e grandes empresas dizem que manterão os eventos realizados em 2016 (53%). Cerca de 35% dizem que retornarão e investirão mais do que em 2016. Porém, as grandes e as médias, onde os eventos são maiores por conta da quantidade de colaboradores, dizem que reduzirão ainda mais: 15% e 12% respectivamente.
Comunicação interna mais colaborativa
Um aspecto interessante da pesquisa é que há uma intenção de tornar a comunicação interna mais colaborativa. Essa é uma tendência mundial, que reconhece seus funcionários como usuários-mídia em potencial. Afinal, estamos diante de um cenário onde qualquer pessoa pode produzir e publicar conteúdo, emitir opiniões sobre diversos assuntos, e isso inclui contribuir para reforçar as mensagens da empresa e sugerir novas ideias.
As pequenas, médias e grandes empresas investirão mais em programas de celebração (22%). Somando-se a isso, 2017 poderá ser caracterizado por ser um ano em que muitas organizações abrirão espaços para programas que ouçam mais seus colaboradores: 17% dos respondentes irão implantar programas de geração de ideias e 16% implementarão programas de comunicação ascendente e de agentes de comunicação.
Tecnologia e ferramentas de comunicação
Pequenas e médias empresas revelam que suas empresas têm poucas ferramentas de comunicação e elas não são eficientes. Essa constatação traz um alerta. A escolha eficaz de canais é fundamental para que a comunicação interna consiga atingir seus resultados.
Em relação às tecnologias digitais que devem ser implementadas em 2017, intranet e mural digital aparecem com mais frequência em todos os portes. Nas pequenas empresas, rede social corporativa e plataforma de e-mail dividem a preferência (19%) de investimentos em tecnologia, seguido de mural digital (18%) e intranet (17%). Já as grandes desejam investir nas seguintes tecnologias para a comunicação interna: mural digital/TV corporativa (22%); intranet (20%) e aplicativos para smartphone (20%).
Comunicação interna sobre o quê?
Quando perguntados sobre os principais temas que serão abordados nas estratégias de comunicação interna, os entrevistados elegeram benefícios e programas de recursos humanos como os assuntos mais priorizados nas empresas de pequeno, médio e grande portes. Objetivos e estratégias da empresa vêm logo em seguida em todas elas. Sustentabilidade e Meio Ambiente são temas pouco priorizados entre os respondentes.
Ou seja, as mensagem priorizadas são as de RH (benefícios e programas). Em seguida, a prioridade é dada para questões que orientam os colaboradores a fazer melhor seu trabalho, seja em busca dos objetivos e estratégias da empresa, foco no cliente, produtividade, cultura, etc.
Como disse acima, temas como sustentabilidade, meio ambiente e responsabilidade social recebem menor foco nas pautas. Avalio isso como um erro e espero que este dado não reflita o mercado, já que vai na contramão de uma tendência global corporativa de não olhar mais apenas para o próprio umbigo.
A mensagem das empresas, hoje, deve caminhar no sentido de construir valor para a comunidade à sua volta e isso passa por reforçar estes princípios com os seus colaboradores, seja para que eles exerçam estes valores como funcionários dentro da empresa ou fora dela como cidadãos.
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Com informações da SocialBase.
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