Odiado por muitos assessores e repórteres, o follow-up é uma etapa importante para garantir de que a pauta sugerida chegou até quem deveria e que foi compreendida, independente do resultado final.
O follow-up recebe muita resistência de ambas as partes porque pode ser invasivo. E ninguém quer ser invadido ou invasor, correto? Acontece que muita coisa mudou nesse processo nos últimos anos.
Plataformas de mensagens instantâneas como o WhatsApp e o Messenger do Facebook aumentaram as possibilidades na hora do follow-up. Falamos um pouco sobre o assunto neste artigo sobre dicas na hora do follow-up. Agora é hora de entender um pouco sobre a eficiência desses meios na hora de contactar os jornalistas de redação.
Não force intimidade!
Uma pesquisa recente do Comunique-se revelou que 95% dos jornalistas de redação preferem que o primeiro contato seja feito por e-mail quando não há intimidade. É um número expressivo e nos mostra que a grande maioria desses profissionais acredita que receber o primeiro contato de um assessor por plataformas sociais é invasivo. Temos que concordar. Assim, é importante que você construa uma relação com o repórter antes de acioná-lo por Whatsapp ou Messenger.
Uma etapa aqui pode ser infalível: pergunte! Questione o jornalista qual o melhor canal para falar com ele, além dos melhores horários para contato e os assuntos que o interessa. Isso diminuirá bastante a chance de você ser inoportuno e prejudicar a relação com o jornalista.
Abriu o caminho? Use-o!
A mesma pesquisa do Comunique-se conta que 73% dos jornalistas de redação usam redes sociais para estabelecer contato com as assessorias. Esse dado não contraria o anterior. Apenas revela que, uma vez que o canal foi aberto, é um excelente meio de contato para tratar sobre sugestões de pautas, fontes, exclusivas etc.
WhatsApp e Messenger têm a adesão que têm justamente pela agilidade no contato. E isso já foi percebido pelas redações. Muitas delas, inclusive, possuem canais de WhatsApp exclusivos para receber pautas. Você já fez o “mailing” com os WhatsApp’s dos principais veículos de imprensa com os quais lida? Saber fazer bom uso dessas ferramentas é fundamental para os assessores de imprensa que trabalham no século 21.
Não esqueça do telefone…
Muitas vezes o WhatsApp e o Messenger substituirão o telefone. Outras vezes não. Mandou mensagem nas plataformas digitais e não teve retorno? Tira o telefone do gancho e liga. O processo só acaba quando você tem o retorno de que precisa.
… muito menos do e-mail
WhatsApp e Messenger são eficientes pro follow-up? Muito. Mas são péssimos para registro. O e-mail continua sendo a melhor ferramenta para registrar o que ficou definido. Então, a conversa e negociação pode acontecer nas redes sociais, mas é aconselhável registrar por e-mail o que ficou acordado. Vai que você perde o celular e/ou o backup dele não funcione? Previna-se!
Grupos: um follow-up de guerrilha
WhatsApp e Facebook possuem grupos que reúnem assessores, repórter, produtores e outros profissionais de comunicação. Esses canais são muito eficiente para quando você precisa acionar vários veículos ao mesmo tempo, principalmente quando a sua pauta tem apelo diverso. Se não tem, o contato individual continua sendo a melhor solução.
ATENÇÃO: Grupos para assuntos profissionais são destinados a assuntos profissionais. Nada de cartão de bom dia, correntes, mensagens religiosas, foto do cachorro, do almoço e, principalmente, fake news. Somos jornalistas. Vivemos da credibilidade do que propagamos. Falamos sobre fake news neste artigo.
Seja estratégico
Sabemos que pauta que é para “mailing geral” na verdade não é para ninguém. Mas isso fica ainda mais grave quando decidimos por estratégias em plataformas como WhatsApp e Facebook. Esses meios destinam-se a ações exclusivamente estratégicas. Nada de criar uma lista de transmissão com jornalistas de Saúde, Educação, Política e Esportes e enviar uma pauta com receita de bolo. Segmente.
Leia também: Follow-up : o que é e como estruturar sua cadência?
Bruno Aguiar é gestor de Comunicação e sócio do Conversa Coletivo de Comunicação Criativa