Quem trabalha com assessoria de imprensa, está acostumado a produzir textos de seus clientes para serem enviados à imprensa, os famosos releases.
Tradicionalmente, o release é enviado em formato de texto jornalístico e, em alguns casos, vai acompanhado com fotos ou vídeos que complementem a informação.
Só que o mundo mudou e a nossa forma de se comunicar também. E não seria diferente no trabalho da assessoria de imprensa (PR). No artigo desta semana, quero falar sobre o social media release (SMR), um formato diferente e que possibilita interação do leitor em diversos níveis.
Ler ou escanear?
Estima-se que sejam criados 2.5 quintilhões de bytes de dados por dia. Até 2020, teremos 40 zettabytes de dados criados. Você sabe o quanto é isso? Nem eu, mas é muita coisa.
De acordo com estimativas do @OficiallyChadd, a cada minuto, o Google registra 3,5 milhões de pesquisas; o YouTube 4,1 milhões de vídeos reproduzidos; e 156 milhões de e-mails são enviados. Sim, a cada 60 segundos.
Veja mais dados abaixo:
Diante desses números, estamos cada vez menos parando para ler algo. Nossos olhos se acostumaram a escanear informações, sejam elas em qualquer formato.
E eis o principal objetivo do social media release: tornar o texto “escaneável” e mais atrativo para o leitor.
Então devemos fazer uma substituição do tradicional?
Não necessariamente. Enquanto o release tradicional atinge principalmente a imprensa, o social media release pode ser utilizado para outros públicos da empresa.
E como fazer?
O SMR é produzido para atingir as redes sociais e seus recursos possibilitam que eles sejam encontrados pelas ferramentas de busca das redes sociais.
1º dica: construa uma história compartilhável!
Seguem alguns recursos que compõem o SMR:
– Título (ou headline): construa um título que chame a atenção, mas evite o sensacionalismo caça-clique de atualmente se esse não for o perfil da sua empresa. Uma dica bacana é escrever um título que tenha um tamanho compartilhável nas redes (não fica legal divulgar o título cortado ao meio). O subtítulo é opcional;
– Highlights: uma das principais diferenças do release tradicional, o SMR apresenta as informações mais relevantes em tópicos. Seja breve e utilize o recurso de listagem (bullet points);
– Sumário (ou lead): pode ser um outro formato para apresentar as informações principais do release. Essa regra vem do release tradicional;
– Palavras-chave e tags: são usadas ao longo do texto para facilitar a visibilidade do SMR em mecanismos de busca. Não há limites para o uso de palavras-chave, mas é importante que elas sejam bem escolhidas e repetidas ao longo do texto e também no campo de tags para que, ao buscar por essas palavras, o leitor consiga ter acesso ao texto;
– Links: utilizar links também é importante para promover a interação social com o SMR e fornecer informações complementares;
– Quotes: insira sugestões de aspas das fontes em um campo separado;
– Boiler plate, informações da assessoria e link para compartilhamento. Sempre prefira inserir os dados pessoais do assessor;
– Pense em um formato menor de texto, de 6 a 10 linhas, para ser compartilhado pelo Whatsapp, com link para o site institucional;
– Imagens e vídeos: crie campos para download desse material ou acesso em redes de compartilhamento como YouTube, Dropbox, Flickr;
– Links para as redes sociais do cliente e da agência também são importantes;
– Geografia: se o release for destinado a uma região específica, pode ter a sua localidade indicada;
– Data e hora: quando publicá-lo, adicione data e horário;
– URL de origem: é importante para que o leitor possa retornar ao local onde o SMR está publicado e visualizar possíveis atualizações. Além disso, possibilita que o link seja compartilhado nas redes e em citações em outros textos.
O modelo pode ser personalizado para cada empresa. Algum sites, como o PitchEngine, possibilitam a construção de templates. Seguem exemplos:
Como publicar?
De acordo com o especialista Kim Harrison, o melhor espaço para publicar um social media release é no blog da sua empresa (se ele for desenvolvido entro de uma plataforma de blog, como o WordPress). Mas, Harrison destaca que, não adianta apenas publicá-lo no blog. É preciso promovê-lo e distribui-lo via redes sociais e outras ferramentas como e-mail marketing (canais que possibilitem trazer o leitor para o site onde se encontra o SMR).
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Kadydja Albuquerque é especialista em Gestão da Comunicação nas Organizações e sócia do Conversa Coletivo de Comunicação Criativa.