Para quem ainda acredita que a vida pessoal está dissociada da profissional, um aviso: pelo menos nas redes sociais, garanto que não está. Prova disso são os incontáveis casos de pessoas que tiveram suas carreiras prejudicadas – e até mesmo arruinadas – por causa de um post no Facebook, uma frase no Twitter ou uma foto no Instagram.
Se o presidente da República fizer um comentário inadequado em uma conversa privada e isso vier à tona, você acredita que a opinião pública vai diferenciar o indivíduo do cargo que ele ocupa? Não vai! O presidente é presidente durante todo o tempo, assim como você também é o empresário, o diretor, o gerente, o colaborador da sua empresa o tempo inteiro aos olhos da sociedade.
O fato é que ninguém está livre de fazer “mau uso” dos seus perfis nas redes e acabar encrencado. Por isso, empresas comprometidas com a boa gestão de sua imagem têm investido na criação de códigos de conduta e compliance para não apenas fazer cumprir o que diz a lei, mas para disseminar entre seus colaboradores um conjunto de valores que compõem o DNA da instituição. E é ótimo que isso esteja acontecendo!
É aí que entra o Social Media Training, que nada mais é do que um treinamento direcionado aos colaboradores de uma instituição para orientá-los sobre o uso de suas redes sociais a partir dos seus princípios e valores. Você pode questionar – e eu considero legítimo – os limites para isso e a preservação de sua liberdade individual.
Mas se antes apenas os gestores eram porta-vozes oficiais de uma empresa e faziam o Media Training (treinamento para se relacionar com a imprensa), com as redes sociais todos os funcionários de uma organização se tornaram porta-vozes dela e, efetivamente, respondem pelo conteúdo que publicam.
Ainda que não estejam autorizados a falar em nome do negócio, uma imagem ou declaração em seus perfis nas redes pode gerar crises de imagem sem precedentes. Neste sentido, é fundamental usar esses canais de modo assertivo e alinhado aos valores do seu negócio ou do negócio para o qual você trabalha.
Sem cuidados como esses, muita coisa ruim pode acontecer:
1. O caso do presidente brasileiro de uma multinacional que foi demitido após defender o funcionário que se fantasiou de modo inapropriado na visão da empresa para uma festa entre colegas de trabalho.
2. O estagiário de uma construtora, demitido por justa causa após fazer posts sexistas em seu Facebook. Neste caso, a empresa usou o fato para promover uma campanha de respeito às mulheres no ambiente de trabalho que costuma ser predominantemente masculino.
3. O homem que foi demitido por falar mal da chefe e da empresa no Twitter.
4. E um resumo feito pela Super Interessante com 14 posts que, de alguma forma, atrapalharam a vida profissional e pessoal de seus autores.
Algumas dicas coletadas a partir de entrevistas e textos sobre o assunto produzidos por profissionais que contratam equipes ou gerenciam a Comunicação de empresas são preciosas:
– Evite comentários que possam soar ofensivos a quem quer que seja;
– Tente não polemizar, especialmente sobre temas sensíveis como religião e política;
– Não fale mal do concorrente para exaltar o seu produto ou serviço;
– Acolha críticas sobre seu negócio e busque soluções.
E por fim, uma “dica de ouro” que, pessoalmente, tento aplicar todas as vezes que vou fazer qualquer post.
Antes de pressionar o “enviar”, releia o que escreveu e se pergunte: “preciso mesmo postar isso?”.
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Abraços,
Rodrigo Rocha
Especialista em Cibercultura e Gestão da Comunicação nas Organizações, e sócio do Conversa Coletivo de Comunicação Criativa