Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada

Como a comunicação pode ajudar a melhorar a saúde mental na pandemia

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Faça da comunicação uma aliada da sua saúde mental na pandemia

A incerteza sobre o futuro, o presente que se arrasta sem mudanças efetivas, a frustração com os governantes, o medo de morrer, o medo de perder entes queridos, o isolamento que viola nossa natureza gregária são alguns dos fatores que fazem a nossa saúde mental ser desafiada todos os dias. 

Segundo pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou pouco ou muito no último ano. Só perdemos para quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%).

Outro estudo, publicado pela Fiocruz no ano passado, em parceria com seis universidades, coloca que “sentimentos frequentes de tristeza e depressão afetam 40% da população adulta brasileira, e sensação frequente de ansiedade e nervosismo foi relatada por mais de 50% das pessoas”.

Acredito que você que está lendo este artigo não precisa de estatísticas para se convencer de que estamos mais ansiosos e mais deprimidos. Provavelmente você clicou no link porque se sente assim ou conhece alguém que está com a saúde mental fragilizada. 

Eu sou uma dessas pessoas. Em março de 2020, minha vida teve um plot twist causado pela pandemia que só foi se somando a novos fatos (meus e do mundo), o que contribuiu para um quadro depressivo (já superado) e crises de ansiedade que viraram companheiras até hoje. 

E o que a comunicação tem a ver com isso? Ou como a comunicação pode ajudar a melhorar a sanidade das pessoas? 

A palavra-chave para isso é responsabilidade. Seja enquanto indivíduo ou empresa, é hora de pensar em uma comunicação responsável e, olha eu de novo falando disso, mais empática. 

Escolha o que consumir

Eu sei que é difícil ficar longe das notícias. Mesmo que a gente desligue a TV e deixe de ler os portais, elas chegam por meio das redes. Estão nos grupos de WhatsApp, no Instagram, no LinkedIn, no Twitter. É um show de horrores diário. 

Meme utilizado para ilustrar a situação atual dos brasileiros

Não dá pra criar um firewall total e viver 100% alienado, eu sei, mas é possível escolher o que consumir proativamente. Procure leituras que ajudem na elevação da sua saúde mental, aquelas que trazem um calorzinho no coração. Ouça podcasts, medite no YouTube, mergulhe nos Netflix da vida, siga perfis no Instagram que arranquem sorrisos e gargalhadas. Tudo para manter a vibração lá em cima. 

Consultei a minha equipe maravilhosa sobre o que eles andam vendo e ouvindo e faço aqui uma curadoria do que você pode consumir para não deixar a peteca cair:

Sites

Gama Revista 

Razões para acreditar

Só notícia boa

Universa (UOL)

Papel Pop

POPline

Podcasts

Calcinha Larga 

Estamos bem?
PodCrê

Um milkshake chamado Wanda

Já pensasse

Benzina

Perfis no Instagram

Chapadinhas de endorfina 

O lado bom das coisas

Obvious Agency

Artsytecture

YouTube

Meteoro Brasil

Flow Podcast

Coisa Nossa

Mova Filmes com Monja Coen

Streaming

Nailed it

One strange rock

Minimalismo

100 humanos

Falas femininas

Vou aproveitar para puxar para o nosso lado e indicar o Instagram do Conversa. Lá falamos muito sobre este tema. 🙂

Escolha o que compartilhar

Se você está no time dos que leem todas as notícias e querem ver o oco nos grupos do WhatsApp ou nas redes, precisamos falar sobre compartilhamento responsável. A dica não poderia ser mais simples: pense no outro. Essa notícia que você quer compartilhar vai trazer esperança, proporcionar uma sensação de bem-estar em quem está lendo? Ou você só está compartilhando porque quer dividir com o outro a sua raiva, indignação, angústia?

Ninguém está bem. Sim, isso inclui você. Então por que disseminar o que só vai piorar a sua saúde mental e das pessoas com quem você se relaciona? Compartilhar com responsabilidade não necessariamente significa que você não deva dividir as notícias com outras pessoas, mas a forma como a gente faz isso é que pode fazer toda diferença. 

Ah! E vamos de óbvio: cheque qualquer informação antes de compartilhar. Não seja um terrorista de fake news. Já temos notícias ruins e reais demais. 

Bad news is good news?

Aqui é um recadinho para o jornalismo. Talvez vocês tenham que trabalhar mais, sorry, mas por que não tentar neutralizar uma notícia ruim com uma que nos traga esperança? Bad news is good news ainda? Ou good news is no news

A gente aprende isso na faculdade e tal, repete com um certo orgulho porque é um critério de noticiabilidade irresistível, mas (de novo) vamos pensar em um exercício da profissão mais responsável. O mundo está ávido por notícias boas, então talvez tenhamos que repensar essa máxima. A gente está doido pra clicar em matérias que trazem esperança para nossas vidas. Good news is better news today.

Escolha o que produzir para seu público

Quem trabalha com comunicação sabe da importância de produzir um conteúdo consistente, coerente e constante. Vamos adicionar outro C a esta tríade: compassivo. A maioria dos perfis empresariais estão focados em informação institucional ou na entrega de conteúdo relacionado às suas áreas de interesse, mas cada vez mais é preciso pensar fora da caixa e mergulhar no contexto em que vivemos. 

Marcas não podem existir descoladas da realidade. Temos uma pandemia de ansiedade e de depressão e o seu público faz parte dela. Hora de rever o propósito e se questionar se ele é orientado para a sociedade. 

Que tal fazer sua parte trazendo conteúdos que ajudem as pessoas a lidar com este momento tão difícil? Tudo bem que você precisa vender, mas é preciso que as pessoas estejam bem para consumir. Além disso, elas vão valorizar mais a sua marca se perceberem que a empresa tem um propósito mais humano. Mal não faz. Aliás, faz muito bem. 

Leia também: O que a vida quer da gente é só coragem?

Kadydja Albuquerque é jornalista e sócia do Conversa Estratégias de Comunicação Integrada