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Por que você deveria ser contra a falta de representatividade LGBTQIA+ na propaganda

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Está em andamento na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) o Projeto de Lei n° 504/20, proposto pela deputada Marta Costa, que visa a proibição de propagandas que façam qualquer referência à diversidade sexual, isto é, a pessoas, casais e/ou famílias pertencentes ao grupo LGBTQIA+. A justificativa para tal projeto é que tais conteúdos podem trazer desconforto emocional para várias  famílias e são inadequados, na medida em que podem influenciar na formação de jovens e adolescentes.

Diversas marcas, como O Boticário, UBER, TikTok, Avon e Natura, já se posicionaram contra o PL e lançaram campanhas levantando as tags “propaganda pela diversidade”, “LGBTQIA+ não é má influência” e “abaixo o PL 504”. Nós, do Conversa, nos colocamos ao lado dessas marcas porque defendemos a representatividade da comunidade LGBTQIA+ em todos os espaços. 

Em 2019, escrevi o artigo “Representatividade: sua marca faz o que 85% dos brasileiros acreditam?”, no qual comentava uma pesquisa realizada pela Samsung Brasil em parceria com a Bridge Research. No texto, citei diversos exemplos para ilustrar o quanto a representatividade é importante, primeiro para as pessoas, e depois para as marcas. 

Para termos uma ideia, quando a Shell lançou a campanha “De Causo em Causo”, em que conta a história de Afrodite, uma caminhoneira transgênero, o número de inscrições de transgêneros para vagas na empresa cresceu consideravelmente. Além disso, segundo Yasmin Reis, analista financeira da Shell, diversas empresas procuraram a Shell para entender melhor sobre o que eles estavam fazendo e como poderiam contribuir. 

Em 2020, um estudo realizado pela ONU Mulheres e Heads Propaganda, nomeado “Todxs”, detectou que apenas 1,3% das propagandas abordam o público LGBTQIA+, um número muito longe do que se espera. E quais os motivos para que isso aconteça? São vários. 

O QUE ACONTECE COM QUEM SE POSICIONA? 

Marcas que se assumem uma posição em favor da comunidade LGBTQIA+ costumam receber ataques dos consumidores. Em 2015, quando O Boticário fez uma campanha para o Dia dos Namorados que trazia um casal gay e um casal lésbico, diversos grupos fizeram denúncias ao CONAR, órgão responsável pela avaliação de propagandas, que abriu um processo para avaliar o comercial e decidiu retirá-lo do ar. 

Outras marcas se posicionam apenas no mês do orgulho LGBTQIA+, o que provoca o descontentamento da comunidade LGBTQIA+. Afinal, só vale levantar a bandeira quando convém? O famoso pink money, não é mesmo? 

Fato é que a representatividade em propagandas precisa estar cada vez mais presente no nosso cotidiano, principalmente no momento em que estão no poder governantes não apenas omissos, mas contrários às necessidades da comunidade. Essa presença faz com que o público LGBTQIA+ sinta-se representado e aumenta a compreensão de outras pessoas sobre a sua luta por direitos.

Um estudo da Netflix em parceria com a Gay & Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD) analisou 1.400 respostas e revelou que 81% dos entrevistados que se declaravam heterossexuais disseram que ver personagens LGBTQIA+ os fizeram se sentir mais conectados com estas pessoas. Já 85% dos entrevistados que se declararam LGBTQIA+ afirmaram sentir que o entretenimento com representatividade ajudou a gerar mais compreensão sobre o tema em suas próprias famílias.

Quer ver como a representatividade deixa tudo mais bonito e rico? Separei aqui algumas das propagandas que eu amo:

Netflix na Parada LGBTQIA+

Netflix na PARADA LGBTQIA+

O Boticário – Casais

Campanha Casais – O Boticário

Shell – De Causo em Causo

Campanha De Causo em Causo

Não aceitaremos nenhum direito a menos! Vamos resistir e mostrar a nossa força. LGBTQIA+ não é má influência!

Descubra como a diversidade pode ser importante para as empresas

José Henrique é Coordenador de Comunicação e Eventos do Conversa Estratégias de Comunicação Integrada